Hoje o nosso blog foi escrito pela Karla Sousa e mudamos um pouquinho a idéia inicial do conteúdo para que possamos contar a história da Karlinha e aproveitarmos as dicas preciosas da sua interpretação de trechos do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupéry, para a nossa vida de imigrante. Será um Parte I e parte II semana que vem!
1- Sobre seguir em frente
“É preciso que eu tolere a presença de duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”
Cada uma de nós sabe as dores, aflições, medos e angústias que passamos. Por isso, as “larvas” que precisamos tolerar de vez em quando, são muitas vezes mais pesadas do que pensávamos. Tenho buscado constantemente paciência, pois o processo de transformação está acontecendo e em breve, verei as borboletas.
2- Sobre encontrar seu próprio lugar
“Todas as estrelas são iluminadas, será que para que cada pessoa possa um dia encontrar a sua?”
Quando imigrei eu saí totalmente da minha zona de conforto. Morando aqui, me sinto na constante busca para fazer minha estrela brilhar novamente. E isso não é somente na perspectiva profissional, é também na pessoal. Pois algumas vezes no meio de tantas mudanças, esqueço que existe “o eu” - meus sentimentos, pensamentos e cuidados comigo mesma. Tenho buscado constantemente não permitir que minha estrela se apague e isso significa ter resiliência e seguir me cuidando.
3- Sobre cativar
“Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti, única no mundo”.
Cheguei em um novo país com um novo clima, novas perspectivas, momentos e, principalmente, novas pessoas. Tudo era diferente e desafiador. Por falar em pessoas, eu costumava dizer aos meus alunos que a grande máquina que existia éramos nós, a nossa máquina humana que sente, que pulsa e que está em constante transformação. Por isso, acredito que é fundamental nos permitirmos cativar e sermos cativados, pois como disse Antoine de Saint – Exupéry: “A gente só conhece bem as coisas que cativou”. E a sensação de cativar é única, pois ela também nos permite criar laços e fortalecer a nossa essência e senso de comunidade.
4- Sobre ver com o coração
“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
É importante enxergar além do que os nossos olhos podem ver. Sabe aquele dia de trabalho cansativo realizando atividades que nunca imaginamos desempenhar? Pois bem, até isso tem me ensinado e me mostrado a coragem e determinação que nem eu sabia que tinha. Tenho tentado enxergar com o afeto do coração, pois ele geralmente traz leveza aos meus dias.
5- Sobre vencer desertos
“O que torna belo o deserto – disse o Pequeno Príncipe – é que ele esconde um poço em algum lugar”.
Ao passar por dias difíceis, várias vezes me questionei: “o que estou fazendo aqui?” e “Por que estou aqui?” . E tudo parece um grande deserto onde aparentemente não existe perspectiva. Acredito que no meio desse deserto, pode brotar dentro de nós coragem e vontade. E assim, novos “poços” surgem trazendo com eles novos aprendizados, conhecimentos e diferentes perspectivas. Pois, nem só de desertos vivemos a vida.